O que aprendi no Vale do Silício

By February 19, 2015 Uncategorized No Comments
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A maioria das pessoas viaja pelo mundo de férias conhecendo os pontos turísticos para mostrá-los em seu facebook. Nada contra a este comportamento, mas não me incluo neste grupo. Viagem que vale a pena é aquela que lhe faz evoluir, que transforma você em um ser humano melhor. Uma das jornadas que tive o privilégio de viver foi para um dos maiores epicentros de inovação do mundo, o Vale do Silício na Califórnia.

Morei uma temporada nesta peculiar região que foi um divisor de águas em minha vida. Imergi de corpo e alma na cultura da inovação conhecendo e interagindo com alguns ícones no tema como Google, IDEO, 500startups e a Universidade de Stanford. Foi uma experiência que influenciou positivamente minha visão do mundo dos negócios e consequentemente meus comportamentos. Trouxe na mochila diversos aprendizados, mas comentarei o que considero ser um dos principais, que é relacionado a produtividade.

Não é novidade que nosso país tupiniquim está longe de ser referência em produtividade. Parece que desenvolvemos mais a capacidade de criar desculpas sofisticadas do que resolvermos a questão. Somos considerados um dos povos mais criativos do mundo, mas quanto valem as ideias se não executá-las? Isso mesmo, nada!

No Brasil quando se tem uma ideia ela é discutida em diversas reuniões desnecessárias, planeja-se demais ao ponto da ideia morrer antes mesmo de nascer, transforma uma ideia lucrativa em “feijão com arroz” por medo de errar, além de ter muito retrabalho quando a ideia é colocar no ar por focar mais no “contas à pagar” do que nas necessidades reais dos clientes. Uma ideia que leva anos no Brasil para se transformar em realidade, no Vale do Silício pode ser feita em poucos dias. Exagero? Não, pois vivi as duas culturas e afirmo que somos um país extremamente improdutivo.

Muitos consideram que produtividade é fazer mais e cada vez mais, quando é simplesmente saber o certo a se fazer. Tempo é o bem mais precioso na nova economia. Novas soluções devem ser testadas de forma ágil e barata para aprender e aprimorá-las junto com as pessoas que fazem parte do problema, sem muito planejamento, sem muitas reuniões. Fazendo isso de forma contínua se obtém naturalmente a tão almejada produtividade.

Abraços,

Eduardo M. Borba é o criador do conceito da Inovação Natural, fundador e diretor do Instituto MOBI, coordenador da Pós-Graduação em iNOVAção da Sustentare Escola de Negócios, diretor de Inovação/Projetos da Ajorpeme.