Entrevista para o Inovaparq

By December 1, 2015 Uncategorized No Comments
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“O maior problema das empresas é que elas são empresas”

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Você já imaginou uma sociedade na qual o tradicional modelo de empresas seja substituído por causas? O empreendedor, investidor e professor Eduardo M. Borba idealizou essa realidade e a transformou no conceito de Inovação Natural, que está no livro “Inovação Natural – a nova essência do mundo dos negócios”.

Seu ponto de partida para criar esse conceito foi a indignação com o atual formato das empresas, pois, segundo ele, esse modelo é “uma barreira à criatividade”. Atuando em causas nas quais acreditam, as pessoas se engajariam mais e, consequentemente, a inovação passaria a ser um processo natural.

Para compreender melhor o conceito de Inovação Natural, conversamos o próprio Eduardo, que nos falou sobre motivações, ideias, futuro das organizações e deu exemplos de empresas que já atuam com esse conceito. Confira a conversa:

Como surgiu a ideia do conceito de Inovação Natural?
Eduardo M. Borba – O novo conceito de gestão nasceu da profunda indignação do formato desta instituição que chamamos de “empresa”. Pessoas que odeiam a segunda-feira e adoram a sexta-feira, pois têm repulsa desta instituição onde passam o maior do tempo de suas vidas. O resultado deste tradicional formato é a baixa produtividade e lucratividade, isto é, uma usina de infelicidade, que não faz mais sentido algum. Todos os stakeholders, sejam eles colaboradores, clientes, fornecedores, investidores, não importa, não acreditam mais em empresas, mas acreditam, sim, em causas nobres. O maior problema das empresas é que elas são empresas. E este foi o ponto de partida para a pesquisa, desenvolvimento e validação de uma alternativa de gestão para a latente sociedade pós-industrial.

Na prática, o que significa Inovação Natural?
EMB – Inovação Natural é o efeito da transformação das empresas em causas que inovam de forma natural, isto é, a inovação se transforma em um comportamento aplicando-a em qualquer esfera, seja produto, serviço, processo, relacionamento, comunicação etc. Sabemos que a economia criativa será 50% da economia global em menos de 10 anos, porém, a instituição “empresa” é uma barreira à criatividade, que é o principal motor da inovação. Inovação deixou de ser opcional, ou você é inovador ou estará fora do mercado. E para acessar a criatividade, o ser humano precisa de engajamento pleno com o que acredita, isto é, em uma causa nobre com a qual se identifique.  Empresas tradicionais que se transformam em causas realmente inovadoras se beneficiam por serem as organizações que mais faturam, têm maior margem de lucro, sendo as que mais empregam, pagam os melhores salários e possuem maiores chances de se tornarem globais.

Qual a principal mudança que esse conceito promove?
EMB – O conceito da Inovação Natural proporciona um único e poderoso fator, a mudança de consciência que leva à evolução que a sociedade pós-industrial necessita. Por exemplo, em empresas que se transformam em causas, o dinheiro não é mais objetivo, é consequência, o efeito proporcional à nobreza da causa. Em uma causa, o ser humano não é meio: ele é o início, meio e fim. Tanto o valor quanto a utilidade de uma causa é infinitamente maior do que uma empresa tradicional. Em se tratando de competitividade, as causas, por serem naturalmente inovadoras, sempre estarão à frente.

Como mensurar os resultados?
EMB – Causas nascem para melhorar a vida das pessoas com alto valor agregado por terem comportamento inovador. A consequência disso é de se transformarem em uma espécie de imã, no qual se torna desejável para clientes, fornecedores, parceiros, colaboradores e investidores. Neste sentido, as métricas de resultado ficam em segundo plano, pois o desempenho é alto.

Há alguma organização que já adota esse conceito?
EMB – Tive e ainda tenho orgulho em acompanhar o nascimento e crescimento de uma causa no Vale do Silício, ambiente onde validei o conceito da Inovação Natural. Conheci a ContaAzul em 2012, no período em que estava na aceleradora, e percebi que não estavam construindo uma empresa, estavam construindo uma causa. Assim como eu, eles voltaram para o Brasil, ambos com suas causas. Hoje, a ContaAzul é um fenômeno, sendo considerada uma das poucas startups a atingir valor superior à US$ 1 bilhão, segundo a Forbes. Quantas empresas valem o que uma causa vale? Outras causas, como a Mormaii e o próprio Instituto MOBI, que fundei para difundir a Inovação Natural, são exemplos deste conceito. Existem empresas que atendidas pelo Instituto MOBI já triplicaram seu faturamento mesmo neste momento de crise por se transformarem em causas.

Se você ficou interessado, pode conhecer mais no livro “Inovação Natural – a nova essência do mundo dos negócios”, disponível no site www.inovacaonatural.com.

 

Fonte: http://www.inovaparq.com.br/o-maior-problema-das-empresas-e-que-elas-sao-empresas-3/

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